Desculpe interromper o silêncio da sua viajem.

11/07/2010 19:00

  Você corre para não perder o ônibus e quando entra e senta...vem aquela fome. Então passa na sua cabeça: "Caramba, agora vou ter que passar a viajem toda com fome!". Então é a hora que eles aparecem: não importa a hora, nem se está um temporal lá fora ou mesmo um sol da 40 graus. -"Senhoras e senhores, primeiramente desculpe estar interrompendo o silêncio da sua viajem..."

  Os vendedores ambulantes, conhecidos dos passageiros dos transportes urbanos do Estado do RJ chegam para enganar a sua fome. Eles vão das balas para "refrescar o hálito e tirar o pigarro da garganta" até as "trufas de chocolate caseiras".

 Muitas empresas de transporte coletivo proíbem este tipo de comércio em seus veículos, alegando que os vendedores tiram o conforto do passageiro, mas afinal será que a opinião sobre esse tema á assim tão unânime? Resolvi fazer uma rápida pesquisa no msn. Com a simples pergunta " O que você acha dos vendedores ambulantes nos ônibus?" obtive respostas diversas:

  - "Tem hora q a gente ta morto de fome dentro do onibus, e com o que eles vendem da pra enganar o estomago", opinião de Marcus Vinicius Perez Corrêa, amigo busólogo (Ônibus RJ). Isso simboliza a praticidade que este tipo de oferta dos ambulantes proporciona... Já o pensamento de Roberto Cláudio da OCD Holding sobre a questão é visivelmente diferente, dizendo que este tipo de atividade é chateante para ele quando está no veículo então prefere fingir que está dormindo nestas horas.

 Mas por fim, porque será que um tema tem opiniões tão contrastantes? Mesmo um tipo simples de venda autônoma deve ter seus cuidados para não ser vista com maus olhos. Certa vez, voltando cansado para casa, um vendedor de trufas entrou no ônibus em que eu estava. O seu grito ecoava para todas as pessoas que estavam nas calçadas e até em outros veículos e eu que até estava interessado em comprar o produto, acabei desistindo. Outro dia, conversando com um motorista da mesma empresa, abordei a questão e narrei o fato (a empresa inclusive, não autoriza este tipo de comércio).

-"A empresa já recebeu reclamações dos passageiros dizendo que os vendedores incomodam sim a viajem, já até ocorreram confusões no ônibus com passageiros que discutiram com o vendedor por causa de troco, essas coisas...A gente tem ordem pra não deixar eles entrarem"

 

 

 Rubens Vieira dos Santos, membro do Grupo BSG, acha que os vendedores representam perigo já que segundo ele a pessoa "pode se passar por um vendedor para cometer um assalto" o que realmente pode acontecer facilmente.

 A Viação ABC, em sua antiga administração, foi um exemplo de que o tipo de serviço era sim um negócio rentável. Quem não lembra dos ônibus em que o cobrador também vendia bebidas? A espécie de minifreezer colocada ao lado do posto do cobrador era abastecida de Latas de refrigerante, Copos de suco industrializados, garrafas d'agua, etc. Mas por fim a mania não durou tanto e o vilão dos vendedores perdeu o posto.

  De qualquer forma, o trabalho dos ambulantes nos ônibus não possuem nenhuma opinião formada, a maioria das pessoas não consegue negar que além de ter seus problemas, a prática é cômoda aos passageiros, ou alguns deles... Considerei o maior retrato dessa "visão em cima do muro" na opinião de Richard Paiva, que disse:

-"Axo q não tem nada a ver as empresas deixarem, mas sei lá... também tem uns camaradas que enchem o saco...mas também não são todos, ahh sei lá..."

 Uma proposta possivelmente viável para as duas partes, tanto às empresas quanto aos vendedores, seria a padronização destes trabalhadores, porque não uniformizá-los e colocá-los para trabalhar de forma mais "social"? Assim, uma porcentagem do lucro iria para a empresa, pagando a "liberação" e o trabalhador geria sua renda. Bom para o vendedor, que vai manter seu trabalho, bom para o empresário, que vai ter um lucro mínimo, mas vindo de algo que não lhe traz prejuízo e ainda vai garantir um serviço cabível aos seus passageiros.

 A verdade é que seja autorizado ou seja proibido, os ambulantes sempre vão encontrar uma forma de oferecerem seus produtos, aliás, uns já chegam a pagar passagem para venderem. E os passageiros, claro, vão ocntinuar comprando para não perderem o serviço alternativo de abastecimento de estômago.

 

 Por Saulo Cruz Scoponi às 19:55

 

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